Battle Scars

Battle Scars (2022), como o próprio nome aponta, trata-se de uma arte para lembrar do período do final da pandemia e início do pós-pandêmico no qual todos, principamente profissionais do audiovisual brasileiro, saímos com inúmeras feridas, mentais e físicas.

A arte contém um crânio e espinha dorsal trabalhados intensamente na técnica de pontilhismo (na qual luz e sombra, volume e geometrias se dão por proximidade ou distância entre pontos pintados, formando um resultado bem orgânico), um dos carros-chefe da minha prática artística.

Não à toa, a espinha dorsal apresenta uma fratura grave, quebrand-a horizontamente no meio, o que (supostamente) causaria paralisia do corpo. Além disso, 11 flechas estão fincadas ao longo de toda a "figura" esquelética da arte, agravando mais ainda os ferimentos.

Ao finalizar esta arte, o símbolo que ficou foi a força e resiliência da nossa classe artística no intuito de superar obstáculos, aprender com o processo e, apesar das explícitas cicatrizes, não usar nossa raiva e angústia para o lado ruim. Nosso talento consiste em canalizar sentimentos negativos para a produção da cena.